Júlio Cezar Grandi Ribeiro, o Julinho, médium de psicografia, psicofonia, pictografia, de efeitos físicos e cura, desencarnou em Serra, região da Grande Vitória, no Estado do Espírito Santo, no próximo passado dia 12 de agosto de 1999. Diabético, esteve internado por cerca de três meses no Hospital Metropolitano, onde ocorreu o passamento. O sepultamento de seu corpo deu-se no Cemitério Jardim da Paz, no bairro de Laranjeiras, onde acorreram grande número de confrades, alunos e pessoas simples a quem ele atendia com desvelo e carinho nas lides espíritas em Vila Velha, no Bairro do Ibes, Espírito Santo.
Julinho nasceu na cidade de Cachoeiro de Itapemirim no dia 12 de maio de 1935. Filho de Claudionor Ribeiro e Hercília Grandi Ribeiro, ainda encarnada. Formou-se ele em Engenharia e era Professor Universitário na Universidade de seu Estado natal.
De família católica, tomou conhecimento do Espiritismo no ano de 1952, aos 17 anos de idade, quando desabrocharam suas excelentes qualidades mediúnicas.
Prestou relevantes serviços à divulgação da Doutrina dos Espíritos tanto na Federação Espírita do Espírito Santo quanto na Casa Espírita Cristã. Atualmente militava no”Complexo Educacional Cristão – Instituto Allan Kardec”.
Deixou alguns livros psicografados tais como: “Isto vos Mando”, ”Irthes e Irthes”, “Jornada de Amor”, “Presença Jovem” e “Seara da Esperança” todos editados pela Pedis.
Recebia poemas de vários autores espirituais e consoladoras mensagens de Benfeitores Espirituais que também traziam jovens desencarnados para através do chamado correio fraterno, consolarem mães e pais aflitos.
Era comum ele e Maria de Lourdes Cordeiro Silva, a tia Lulu, psicografarem poemas em conjunto. Ele as estrofes pares, ela as estrofes ímpares e, ao final da psicografia, a poesia ficava completa sem solução de continuidade… Por várias vezes isso se deu e, eu própria fui testemunha de inúmeras…
Conta-nos ele próprio, no livro “de Amigos para Chico Xavier”, da Editora Didier o seguinte fato: recordo-me que estávamos em dias de festival de Caridade, promovido pela Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba; os convites de Chico Xavier eram , para mim, ordens de serviço… estávamos nas homenagens ao Kardec brasileiro, Dr. Bezerra de Menezes. Muita gente, muito movimento. Todos queriam ser úteis, desejavam colaborar de alguma forma. Preparar sacolinhas, empilhar quilos de gêneros alimentícios para a distribuição, selecionar roupas e calçados por faixa etária, preparar sanduíches para os assistidos etc… A conversa ia muito animada entre os confrades quando Chico Xavier perguntou-me, de chofre:
“Julinho, você recebeu minha última correspondência? Foi colocada no correio, aqui, em Uberaba, no dia…”
Perfeitamente, Chico. E segui suas recomendações: ler e rasgar!
“Mas você não me respondeu, não é mesmo? Os assuntos eram urgentes e muitos sérios.”
Respondi, sim, Chico. Fiz tudo conforme o recomendado, há quase duas semanas… O que teria acontecido? Algum extravio?
Ah!… reticencioso falou Chico, preocupado com a ideia de extravio da carta, pelo conteúdo de que era portadora. Eu, também me vi intranquilo. Ficamos em silêncio por breves segundos, quando Chico esboçando um sorriso, trouxe alívio às minhas preocupações:
“Julinho, o nosso amigo, o espírito José Grosso vem em nosso socorro. Está dizendo que sua carta está há dias nos correios da cidade. Está a salvo… Por um descuido ficou caída detrás de um móvel, mas ele vai agilizar para que o funcionário a encontre e a faça chegar até aqui. Que bom, meu caro José Grosso!… Deus o abençoe por tanta bondade em seu coração!” E o Chico entrou a comentar sobre o espírito José Grosso, desde os seus primeiros contatos nas reuniões com o médium Peixotinho.”
Daí a pouco ele acrescentou:
“Nosso José Grosso está dizendo que se eu apanhar a correspondência da semana , amanhã, é quase certo que a carta esteja entre as demais.”
No dia seguinte, fomos eu e a médium Lulu – Maria de Lourdes Cordeiro Silva – para a residência de Chico Xavier; muito carinho, gentilezas…Chico serviu-nos biscoitos e, em dado momento, um jovem retorna da cidade com duas bolsas, de couro cru, abalrotadas de correspondência de todo o Brasil endereçadas à Caixa Postal 56 de Uberaba.
Uma montanha de cartas!
Diz-nos o Chico:
“O José Grosso está aqui, Julinho. Afirma que sua carta veio! E recomenda que eu a apanhe antes que os companheiros venham para me auxiliar .”
E sob os olhares curiosos, meu e da Lulu, o médium enfiou o braço direito naquela montanha de cartas sobre a mesa, retirando-o, em instantes, com a minha missiva em suas mãos!
“Eis sua carta, Julinho!”
Chico leu-a em silêncio. e teceu comentários sobre a Misericórdia de Jesus. Um perfume de rosas invadiu o ambiente, exalando dos braços e das mãos do abençoado médium. Era tão abundante, que daí a instantes pingava sobre a mesa e assoalho. Fizemos uma prece.
Todos os assuntos da carta foram solucionados a contento!…” assim termina o seu relato, Júlio Cezar Grandi Ribeiro, à Editora Didier na pessoa de Divaldo Mattos.
Fonte: http://sorriso.mforos.com/1712754/8132808-julio-cezar-grandi-ribeiro/