Nasceu na cidade de Pacatuba-CE, no dia 1º de fevereiro de 1905. Bem cedo ficou órfão e foi criado por seus tios maternos, que desejavam vê-lo seguir carreira eclesiástica. No Seminário Católico sofreu várias penas disciplinares por manifestar dúvidas sobre os dogmas da Igreja. Indagava: “Se todos somos filhos de Deus, por que tantas diversidades?”
Aos 14 anos desistiu do Seminário. Tempos depois apresentava forte mediunidade, sob a forma de terrível obsessão. Envolvido por Espíritos menos esclarecidos, era tomado de estranha força física, tornando-se capaz de lutar e vencer vários homens, apesar de ter menos de 18 anos e ser fisicamente franzino. Certa vez, acometido por influenciação de Espíritos trevosos, ficou desprendido do corpo cerca de 20 horas, num estado cataléptico, quase chegando a ser sepultado vivo, pois tinham-no dado por desencarnado.
Depois desse episódio, sofreu uma paralisia que o prostrou num leito por seis meses. Foi nessa época que amigos da família, que eram espíritas, passaram a ministrar-lhe passes. Ninguém em sua casa tinha conhecimento do Espiritismo. Iniciou-se um tratamento com “O Evangelho Segundo o Espiritismo” no Lar, aplicando-lhe passes e dando-lhe água fluidificada para beber. A fim de distrair-se, Peixotinho começou a ler alguns romances espíritas e posteriormente as obras da Codificação. Em menos de um mês apresentava sensível melhora e progressivamente foi libertando-se da falsa enfermidade.
Logo que conseguiu andar, passou a frequentar o Centro Espírita onde militava o grande tribuno Vianna de Carvalho. A terrível obsessão foi sua Estrada de Damasco. O conhecimento da lei da reencarnação veio equacionar os velhos problemas que atormentavam a sua mente, dirimindo todas as dúvidas. Passou a compreender a incomensurável bondade de Deus.
Orientado por Vianna de Carvalho, Peixotinho iniciou seu desenvolvimento mediúnico. Tornou-se um dos mais fabulosos médiuns de materializações e efeitos físicos. Por seu intermédio, produziram-se as famosas materializações luminosas, tudo dentro da maior seriedade e nos moldes preceituados pela Doutrina Espírita.
Transferido para o Rio de Janeiro em 1926, ali dedicou-se com amor à prática do Espiritismo, fundando o Centro Espírita Pedro, instituição que por muito tempo se tornou sua oficina de trabalho.
Casou-se em 1933 com D. Benedita Vieira Fernandes. Por força de sua carreira militar, foi transferido várias vezes, servindo em Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro. Onde chegava, procurava servir à causa Espírita.
Posteriormente, de volta à cidade do Rio de Janeiro, uniu-se aos amigos Jacques Aboab e Amadeu Santos, e resolveram fundar o Grupo Espírita André Luiz, onde se produziram, pela sua mediunidade, as mais belas sessões de materializações luminosas, as quais ensejaram a Rafael Ranieri a oportunidade de lançar um livro com esse mesmo título. Peixotinho também prestava o seu valioso concurso como médium receitista e curador.
No ano de 1948, encontrando-se pela primeira vez com o médium Francisco Cândido Xavier, na cidade de Pedro Leopoldo, teve a oportunidade de propiciar aos confrades belíssimas sessões de materializações e de assistência aos enfermos.
Peixotinho teve muitos dissabores, sendo vítima de calúnias, como são vítimas todos os médiuns sérios que se colocam a serviço do Evangelho de Jesus, dando de graça o que de graça recebem.
Desencarnou na cidade de Campos-RJ, em 16 de junho de 1966, cercado pela família, deixando viúva e nove filhos.
Fonte: autoresespiritasclassicos.com