Hermínio Correa de Miranda nasceu no dia 5 de janeiro de 1920, em Volta Redonda-RJ. De família católica, contava Hermínio que sua mãe era mulher muito sensata e criou os filhos dentro da Igreja. “A principal mensagem dela foi o respeito e a admiração pelo Cristo, pelo Evangelho, e isso era o que mais me interessava”, disse Hermínio.
Hermínio, desde a juventude, tinha muita sede de conhecimentos e lia de tudo. Em especial, o atraíam a filosofia de Arthur Schopenhauer e o teatro de William Shakespeare. A escrita era outra coisa que o carioca destacava em seus anos de formação, pois seu pai e sua mãe escreviam bem e o estimularam a dominar a Língua Portuguesa.
Formou-se em Ciências Contábeis e entrou para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), onde se aposentou em 1980. Por força da carreira, viajou aos Estados Unidos e lá morou por cinco anos, aperfeiçoando-se bastante na Língua Inglesa.
O futuro autor retornou ao Brasil no final de 1954, e então se intensificou sua busca interna por aquilo que transcende o mundo. Era um homem que cultivava o bem e as virtudes, profissional realizado e ávido leitor, mas os questionamentos se acumulavam.
Foi então que ele conheceu um espírita que lhe entregou uma lista de obras para que conhecesse bem o Espiritismo. Na relação, além das obras de Allan Kardec, constavam as de Léon Denis, Gabriel Delanne e Gustave Geley.
O futuro autor leu O Livro dos Espíritos pela primeira vez em 1956 e ao final desse ano escreveu um texto para a revista “O Reformador”, da Federação Espírita Brasileira, que o aceitou e publicou, para surpresa do espírita iniciante.
Um dado curioso da vida de Hermínio é o de nunca ter frequentado centro espírita algum. Com o passar dos anos, ele tornou-se magnetizador e o trabalho mediúnico surgiu em decorrência disso, mas sempre se reuniu em grupos pequenos, de no máximo seis pessoas, juntamente com outro grande espírita, Deolindo Amorim, do qual foi amigo por muitos anos.
Por orientação do mentor espiritual do grupo, Hermínio foi designado como o doutrinador das entidades desequilibradas que se apresentavam. Esse trabalho, desempenhado por 28 anos, deu origem à coleção “Histórias que os Espíritos Contaram”, além de “Diálogo com as Sombras” e “Eu Sou Camille Desmoulins”.
Como tradutor, Hermínio legou à literatura espírita “A Feira dos Casamentos”, do Espírito J. W. Rochester, “A História Triste”, do Espírito Patience Worth, “O Mistério de Edwin Drood”, de Charles Dickens e “O Processo dos Espíritas”, de Pierre-Gaetan Leymarie.
Hermínio Miranda desencarnou em 8 de julho de 2013, aos 93 anos. Assim como Chico Xavier, o autor carioca nada recebia dos direitos autorais dos livros que escreveu, os quais destinou a instituições filantrópicas. Escreveu mais de 40 livros e foi um dos maiores pesquisadores espíritas do Brasil.
Fonte: http://www.searadejesusosasco.org.br/biografia-de-herminio-c-miranda/